Descolamento de retina é uma doença gravíssima, na qual a retina se separa da parede posterior do olho, ficando sem nutrição e iniciando um processo de degeneração celular, levando à perda visual irreversível. O Descolamento de retina regmatogênico é o tipo mais comum, seguido do tracional, que acomete mais os pacientes diabéticos
O descolamento de retina regmatogênico corre quando há descolamento do vítreo posterior (gelatina do olho), que causa a rasgadura de retina, permitindo que o líquido do próprio olho passe por esta rasgadura e se acumule atrás da retina (figura 1), causando o seu decolamento. É o tipo mais comum de descolamento de retina. Pode ocorrer espontaneamente ou por trauma.
Sintomas
Quando o descolamento de retina se inicia, o paciente sente o aparecimento de moscas pela visão, “flashes” de luz ou uma mancha negra de um dos lados, como uma “cortina negra” da visão. Abaixo, o vídeo de como ocorre o “flash” da retina.
Como a tendência é de progressão do descolamento, ele fica cada vez maior, até o indivíduo ter uma perda visual grave.
Tratamento
Se há a descoberta de rasgadura ou buraco de retina antes do deslocamento de retina ocorrer, o procedimento pode ser feito antes de a retina descolar. Nessa fase, o tratamento indicado é o de laser, entretanto, pode ser realizada a crioterapia (que significa um congelamento da região).
O laser provoca queimaduras ao redor da rasgadura da retina, que posteriormente cicatriza e, com isso, impede que ocorra a entrada de líquido de dentro do olho para debaixo da retina através da rasgadura.
Infelizmente, em alguns casos, assim que desenvolvem o descolamento de vítreo posterior, já se inicia o descolamento de retina ou, em algumas vezes, o descolamento de vítreo posterior não gera sintoma algum. Por isso, o paciente não procura o oftalmologista.
Uma vez diagnosticado o descolamento de retina no exame, o tratamento cirúrgico é uma prioridade máxima.
Exames
Entre os exames para o diagnóstico do descolamento de retina, há o mapeamento de retina, a retinografia e a tomografia de coerência óptica.
Tratamento do descolamento de retina
O tratamento do só pode ser realizado com cirurgia. Felizmente, aproximadamente 90% dos descolamentos de retina podem ser tratados com uma única cirurgia. Atualmente, existem 3 tipos de cirurgias para tratamento do descolamento de retina, que são: retinopexia pneumática, introflexão escleral e vitrectomia posterior.
Resumidamente falando:
- Retinopexia pneumática: quando a injeção de gás é feita dentro do olho;
- Introflexão escleral: quando uma cinta de silicone envolve o olho, com o intuito de apertá-lo; veja o vídeo:
- Vitrectomia posterior: quando o cirurgião usa instrumentos e iluminação por dentro do olho, como na laparoscopia, para resolver o descolamento de retina.
Cabe ao seu cirurgião de retina optar, de acordo com o tipo de descolamento e a configuração do mesmo, sobre a melhor técnica cirúrgica a ser adotada. Quanto mais complexo o quadro do paciente, maior é a chance de fazer uma associação das técnicas.
Resultado cirúrgico
Favorável em 90% dos casos. Contudo, por ser uma doença muito grave, a visão pode até ficar “perdida” naqueles casos em que a retina não “cola”.
A porcentagem de reaplicação da retina é variável, pois obedece a uma série de variantes, como a idade do paciente, o tipo de descolamento, o tempo de descolamento, a posição e o número de rasgaduras, a presença de alta miopia etc.
Quando o médico elege um dos 3 procedimentos acima e a retina não é aplicada, é possível repetir ou revisar a mesma técnica, lançar mão de outro procedimento ou uma associação dos mesmos.
Em algumas vezes, a introflexão escleral é associada à vitrectomia pars plana se a retina não for aplicada com o primeiro tipo de cirurgia escolhida ou se a retina descola novamente após ter sido reaplicada com sucesso.
Quando ocorre redescolamento, geralmente, é por causa do desenvolvimento de tecido cicatricial na superfície da retina e também por forças tracionais de dentro do vítreo.
Portanto, não há somente uma cirurgia ou um método único para a reparação da doença e todos os procedimentos disponíveis podem ser usados em diferentes combinações e sequências, dependendo da situação específica.