O que é a degeneração macular?
Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma das grandes causas de cegueira irreversível em indivíduos com 50 anos de idade ou mais em países desenvolvidos. A principal característica é o acometimento da mácula, que é responsável pela visão de cores e detalhes.
Causas da degeneração macular
Existem vários fatores de riscos para o desenvolvimento e progressão da degeneração macular: hereditariedade, tabagismo, etnia caucasiana e idade avançada. A prevalência de DMRI aumenta com a idade e está presente em 30% dos idosos acima de 70 anos de idade.
Sintomas da degeneração macular
As drusas são os primeiros sinais da doença que, em conjunto com resposta inflamatória e níveis elevados de citocinas angiogênicas, como fator de crescimento vascular endoteliar (VEGF), contribuem para o desenvolvimento da doença. A DMRI é classificada em forma seca e úmida.
Na seca (figura 1, abaixo), os achados principais são drusas bilaterais e/ou atrofia. Nesse caso, os pacientes na grande maioria das vezes não irão apresentar sintomas, contudo algumas pessoas podem apresentar visão “torta”.
Na forma úmida (figura 2, abaixo), a principal característica é o aparecimento de neovascularização de coroide, que causa extravasamento de sangue, material lipoproteico (gordura) e inchaço na retina. Com isso, além de visão “torta”, ocorre uma mancha acinzentada ou enegrecida no centro ou na lateral da visão e, em certos casos, pode haver perda visual grave. Assim, se o paciente por qualquer motivo apresentar os sintomas mencionados, deve imediatamente procurar um especialista em retina.
Figura 1. Presença de drusas na região macular
Figura 2. Forma úmida mais grave da doença.
Exames
Entre os exames que são necessários para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento há:
- Mapeamento de retina;
- Autofluorescência;
- Angiofluoresceinografia, utilização de contraste e risco de alergia
- Angiografia com indocianina verde, utilização de contraste e risco de alergia
- Tomografia de coerência óptica (OCT), principal exame utilizado atualmente. Nos últimos anos, um novo exame tem sido utilizado na condução da doença, que é a angiografia pelo OCT. Nele, não se utiliza contraste e, por isso, não há risco ao paciente. Essa alternativa tem sido considerada, em associação com o OCT, como o principal exame a ser solicitado para esta doença. Abaixo, exemplos do exame de OCT da forma seca, úmida e angiografia por OCT, respectivamente.
Tratamento da degeneração macular
Existem diversos tipos de tratamento para a degeneração macular. Inicialmente, a primeira medida seria o controle de alguns fatores de risco. Por causa da forte associação da moléstia com o tabagismo, todos os fumantes devem ser aconselhados a parar imediatamente com o hábito. Os pacientes devem aumentar a ingestão de alimentos antioxidantes, como vegetais de folha verde, couve-flor, espinafre e peixes.
Recentemente, foi demonstrado em estudo publicado que o colesterol elevado pode causar a piora da degeneração macular por estar relacionado a formação das drusas, e que o uso da Atorvastatina pode impedir a piora da degeneração macular relacionada à idade.
Há muito tempo, existe a hipótese de que os antioxidantes limitam o dano causado pelo estresse oxidativo na mácula. Já foi demonstrado em estudos que o uso diário de dieta suplementar de antioxidantes e vitaminas reduziu a progressão da DMRI.
A partir de 2005, os antiangiogênicos se tornaram o melhor tratamento para a forma úmida da doença, pela grande melhora visual que eles proporcionam. Entretanto, apesar de raros, os principais efeitos colaterais das injeções são infecção e descolamento de retina.
Contudo, para aqueles pacientes com perda visual grave que já apresentam sequelas cicatriciais irreversíveis, os auxílios de visão subnormal, como as lupas e telelupas, além de vídeos eletrônicos magnificadores e reabilitação visual, podem ajudar a melhorar muito a qualidade de vida no dia a dia dos pacientes acometidos.